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Como desenvolver a escuta ativa?

Escuta ativa é muito mais do que absorver as palavras que nos são ditas

Colaboradores que se sentem ouvidos têm 4,6 vezes mais chances de se sentirem capacitados para realizar um trabalho melhor, segundo um dado da Salesforce. Já 89% dos líderes de RH atestam um impacto positivo na realização de feedbacks frequentes, conforme uma pesquisa da Globoforce.

Esses dois dados nos ajudam a entender, em números, que um dos primeiros passos para a gestão de pessoas e o desenvolvimento humano dentro de uma empresa, e consequentemente obter resultados, é a ESCUTA ATIVA.

Esse ouvir é um exercício diário que líderes e gestores precisam fazer para manter atenção plena naquilo que colaboradores e colegas estão nos dizendo.

Na verdade, a escuta ativa é muito mais do que absorver as palavras que nos são ditas.

Escuta ativa significa também observar cuidadosamente a linguagem como um todo da pessoa que está na nossa frente – ou até nas mensagens de texto e e-mails –, com o objetivo de entender realmente o que ela quer dizer.

Uma das pessoas que considero um dos mentores em minha carreira, o fundador da MRV Engenharia, Rubens Menin, sempre me dizia que:

“a diferença entre duas pessoas de mesmo potencial é que uma vai ouvir melhor que a outra e, por isso, chegar mais longe”.

Sem julgamentos, nem interferências

Seja durante um feedback, seja numa reunião 1-1 ou qualquer outra situação de conversa, a pessoa mais importante naquele momento é a que está na sua frente. E ela precisa sentir isso.

Num mundo ideal, é hora de tirar o celular da jogada e qualquer outro impedimento que possa gerar ruído nessa comunicação.

Então, nesses momentos de escuta ativa, temos que deixar polarizações e julgamentos de lado e trabalhar com o contexto que está sendo apresentado. Ainda que você já saiba do histórico do colaborador, dos problemas enfrentados, ouça o presente, sem julgar o passado.

Empatia é um exercício diário

Empresas precisam de resultados. Estamos falando inevitavelmente do lucro como objetivo. Porém, não podemos nos ater a isso quando pessoas, com todas as suas emoções e complexidades, estão envolvidas no processo.

Por isso, ainda que colaboradores consigam se posicionar de forma muito profissional no ambiente de trabalho, não podemos esquecer que cada um tem uma vida fora dali.

Então, como disse antes, precisamos dar atenção às palavras escolhidas, ao tom e suas oscilações de voz, aos detalhes dos gestos, à apresentação pessoal (roupas, cuidados de higiene) e todos os fatores que envolvem o interlocutor.

- Essa conversa tem tom de desabafo?

- Será que pode ter um cansaço envolvido aí?

- Esse colaborador está sobrecarregado (e há algo a ser feito nesse sentido)?

- Como está a realidade dessa pessoa fora do trabalho?

Essas e muitas outras perguntas – INTERNAS, para você mesmo – podem ajudar gestores a entender o colaborador. Reforço: não é julgar, mas entender o contexto daquele momento da fala.

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Online também tem jeito

Se estamos lidando com uma linguagem escrita, as perguntas acima também se aplicam, principalmente com relação à escolha das palavras, uso de caixa alta, pontuação etc.

Algo que também pode fazer gestores refletirem é o horário do envio de certas mensagens.

Tarde da noite, com a cabeça no travesseiro, podem vir muitas insatisfações, inseguranças e incômodos do dia a dia corporativo. Essas angústias acabam motivando uma comunicação ao gestor. Pensar sobre isso é um passo para marcar um 1-1 e entender melhor o que pode estar acontecendo.

Mas e o tempo para escutar ativamente?

A escuta ativa não precisa ser apenas em momentos “oficiais”, como durante uma sessão de feedback. É preciso ouvir ativamente nas conversas no corredor, na “passadinha” na sala ou numa ligação de 5 minutos.

Fato é que gestores precisam ter organização para estarem com seus times e criar tempo para ouvir demandas e necessidades. Escutar faz parte das soft skills tão fundamentais para o mundo corporativo atual.

A habilidade de ouvir é parte primordial do trabalho do gestor, e algumas das vantagens são:

Aumento da confiança mútua: quem pode se expressar direito tem mais liberdade para propor e executar ideias com mais autonomia.

Aumento da produtividade: falei de produtividade no primeiro parágrafo – quem é ouvido produz mais.

Redução de conflitos: comunicação assertiva previne diversos problemas no ambiente corporativo.

Integração do time: quem é ouvido reconhece que precisa saber escutar.

Redução de erros, retrabalho e, consequentemente, aumento de lucros.

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Para quem tem dificuldade de ouvir e, mais, se concentrar numa conversa, existem diversos exercícios para desenvolver atenção plena – mindfulness –, como técnicas de respiração, meditação, entre outros. Pesquise e encontre o que pode te ajudar a focar – talvez este artigo sobre saúde mental ajude.

Mas é como disse mais acima: a escuta ativa é um exercício diário. Cada dia conseguimos ouvir mais e mais e, assim, aprender a tomar melhores decisões para o colaborador, o time e a empresa.