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O dono do negócio não é perfeito

Pequenas empresas vêm necessidade de aprender a gerenciar pessoas para se manter competitivas e o coaching auxilia neste processo

Autor: Susana AzevedoFonte: Revista IncorporativaTags: empresariais

Responsável por 20% do PIB e por mais de 56% dos postos de trabalho do país, segundo dados do Sebrae, as pequenas empresas se profissionalizam, crescem com a economia aquecida e se deparam com problemas enfrentados por companhias de grande porte. Entre as dificuldades mais importantes está a gestão de pessoas.

Segundo a especialista em coaching Susana Azevedo, como essas empresas são, na sua maioria, familiares e nasceram da ideia de uma só pessoa, a gestão tende a ser mais controladora e emocional. “O dono trata a empresa como um filho, então não gosta de delegar tarefas, pois acredita que somente ele sabe dar continuidade aos projetos”, conta. Os problemas podem começar a aparecer quando a empresa cresce e prospera. “O empreendedor descobre, neste momento, que já não consegue realizar tudo sozinho, é preciso contratar e, consequentemente, gerenciar os novos talentos que chegarão”, explica Susana Azevedo.

É neste momento que o coaching se torna uma ferramenta poderosa para a continuidade do empreendimento. “É fundamental que o empreendedor aprenda a se desprender da empresa e de todas as suas operações. É necessário entender que as conquistas são de um grupo de pessoas e não de uma única pessoa, mas sob a visão de um líder”, pondera. Susana explica que esta é uma situação que acontece em menor grau em uma multinacional, por exemplo, pois nelas não existem donos e sim subordinados que se engajam em um projeto, mas que focam mais no desenvolvimento de suas próprias carreiras. “Gerenciar uma carreira e ter atribuições associadas a funções específicas é menos complexo genericamente do que manter a competitividade de uma empresa. Neste caso, o dono exerce diversos papeis e precisa saber organizar o seu tempo para dar conta de todos os compromissos”, afirma. Também o fato de o “sentimento de dono” ser menos profundo para os funcionários do que para os empreendedores donos de empresas, torna mais fácil se desprender da crença que o sucesso da empresa depende dele e que, portanto, tem que controlar tudo.

O empreendedor costuma ser muito bom em aspectos essenciais para o andamento da companhia, ele é capaz de executar grande parte do operacional, gerenciar o financeiro, organizar o estoque e, ainda, atender os clientes. Mas certamente, em algum desses pontos, ele precisa desenvolver o seu potencial. Também, a partir de certa dimensão de atividade, mesmo sabendo fazer, não tem a disponibilidade para dar conta de tudo. “É importante para o sucesso do empreendimento que o empreendedor tenha consciência de suas forças, mas também de seus pontos fracos para poder aprimorá-los ou, então, contratar pessoas capazes de preencher essas lacunas. É desse desenvolvimento que a empresa depende para continuar o seu crescimento de forma sustentável”, afirma.