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Você é capaz de pensar fora da caixa?

Essa pergunta, com conotação de habilidade ou de competência, tem sido uma demanda mais ou menos comum na minha atuação de “headhunter” e Master Coach

Nos nossos processos de garimpagem, para selecionar talentos profissionais prontos ou de Master Coaching e para desenvolvê-los, a busca de pessoas capazes de pensar fora da caixa vem, em verdade, tornando-se um pré-requisito comum, tanto quanto a demanda por habilidades de liderança ou o domínio de um segundo e terceiro idiomas. 

Afinal, o que é, exatamente, pensar fora da caixa? 

Significa ir além das convenções e dogmas estabelecidos. Significa não submeter-se aos limites conhecidos de atuação, incluindo-se aqui o próprio desempenho. Significa saber ousar, correr riscos, quebrar paradigmas de condutas e ser capaz de inovar com soluções em padrões aceitáveis de conformidade e tempo. 

Se o indivíduo não tem tais atributos ou habilidades, um programa de Coaching poderá ajuda-lo, propondo algum tipo de transformação? 

Assim como um homem ou uma mulher, para que se tornem santos, dependerão de grandes virtudes pessoais e de uma vida fértil de boas obras, um Coachee não será transformado no empreendedor da vez apenas porque seu empregador acordou para o bom potencial do felizardo. Caso este seja despojado de atributos e habilidades pessoais essenciais e apresente baixa capacidade de entrega de resultados como característica revelada, o fato isolado de apenas expor o indivíduo a um desafio estimulante e promissor, não será o suficiente para promover, de pronto, um salto na qualificação e capacidade de resposta do profissional. Esse avanço está relacionado com a questão do DNA profissional do indivíduo, envolvendo a qualificação técnica, mas, principalmente, a comportamental, cobrindo competências como a Autogestão e a Gestão de Relacionamentos. Não será razoável e, podendo ser frustrante, esperar de um processo rápido e superficial de Coaching, um resultado de transformação da essência do ser e do agir de qualquer Coachee. Entretanto, se o que se espera do assistido é o condicionamento comportamental, associado a algum estímulo ou comprometimento duradouros, isso será capaz de alterar sua forma de perceber a realidade e com ela alterar o modelo de pensar dessa mesma pessoa. 

Com tal combinação pode-se esperar um estado de alerta mais intenso e quase permanente, capaz de promover entre o profissional e a situação uma relação de troca mais duradoura e previsível, ao ponto de alterar, por exemplo, o apetite e a capacidade de alguém para maior entrega de resultados. 

Quanto mais fértil for o desafio e o estimulo por ele provocado, maior será a motivação do indivíduo para o “pensar mais estratégico” e para o “agir mais estruturado”, alavancando seu próprio desempenho. Se, por outro lado, busca-se através do Coaching puro e simples, a transformação do indivíduo de um ser passivo e indiferente para um ser proativo e realizador, esse processo ganha conotação de terapia e será lento demais para ser chamado de Coaching e capaz de atender às demandas e pressões típicas do mundo corporativo. 

O que mais se consegue trabalhar num processo bem estruturado de Coaching é o “mind set”, o modelo de pensar de alguém, levando-o, pelo estímulo do reconhecimento contínuo de suas ações e desempenho, a quebrar seus próprios paradigmas de autogestão. Tal é desenvolvido para que ouse o suficiente e até mesmo surpreenda "pensando fora da caixa” por conta própria, sendo capaz de resistir às adversidades propostas pelo mundo corporativo pouco previsível.